Bem, tudo começou em 1891, quando Vucetich lançou seu sistema dactiloscópico. Porém, no Brasil, tal sistema só foi instituído mais tarde, no ano de 1903. Assim, com o passar do tempo e aprimoramento da técnica em questão, o sistema Datiloscópico tornou-se um método eficiente e importante na identificação humana. França cita esse estudioso e seu método criado, relatando que é “uma ciência que se propõe a identificar as pessoas, fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais”.
Ficou confuso? Calma, que todo processo será explicitado no decorrer desse post.
O desenho digital é o conjunto de cristas e sulcos das polpas dos dedos, enquanto que a impressão digital é o reverso do desenho, mostrando-se em linhas brancas e pretas de acordo com seu relevo. Entendendo isso, Vucetich identificou 3 conjuntos de cristas papilares, ou sistema de linhas, são elas:
Central ou nuclear: pode ser incurvar, paulatinamente, no sentido axial, tornando-se assimétrica. São linhas colocadas entre as basilares e as marginais.
Basal: linhas que ficam na base da impressão digital. Abaixo do núcleo
Marginal: linhas superiores que se sobrepõem ao núcleo.
Fonte: Odontologia Legal & Antropologia Forense - VANRELL, Jorge Paulete
Um importante elemento do desenho digital é o Delta. Ele é o pequeno ângulo formado pelo encontro do sistema linear.
Fonte: Medicina Legal - FRANÇA, Genival Veloso De
A presença ou não dele dá origem aos 4 tipos fundamentais do SISTEMA DACTILOSCÓPIO DE VUCETICH: arco, presilha interna, presilha externa e verticilo e para facilitar a classificação há quatro formas fundamentais: letras quando se encontram no polegar e por números nos outros dedos restantes.
Fonte: Medicina Legal - FRANÇA, Genival Veloso De
Tudo bem! Mas e o que seria cada um deles?
O Verticilo é a presença de 2 deltas e 1 núcleo central
A Presilha interna: 1 delta a direita do observador e 1 núcleo voltado para esquerda.
A Presilha externa: 1 detal á esquerda do observador e 1 núcleo voltado para sentido contrário ao delta
O Arco: ausência de de deltas e núcleos e apenas linhas bases e marginais presentes
Mas e quando há uma deformação, uma cicatríz, tatuagem? Bom, para esses casos anota-se X e 0 para casos de amputações.
Esses “códigos” de letras e números irão formar a fórmula datiloscópica e ajudam no arquivamento, lembra daquele requisito de Classificabilidade do post passado? Pois é, isso mesmo. A individual datiloscópica, como também é conhecida, corresponde a uma fração, onde o numerador indica os dedos direitos (série) e o denominador, os dedos esquerdos (secção) e a sequência é: polegar, indicador, maior, anulador e mínimo).
Além disso, para determinar a identidade por meio das impressões digitais, deve-se observar os pontos característicos. Quando há 12 pontos idênticos ao haver a comparação de digitais em um mesmo local há uma identidade estabelecida.
Alguns desses pontos são:
O ponto: é o menor detalhe encontrado, poderá haver vários pontos.
A cortada: é uma linha isolada, um pouco maior que ilhota
A bifurcação: é a linha que em certa parte se divide em 2, formando um ângulo curvilíneo na sua junção
A forquilha: é a linha que chegando a um certo ponto, se divide em 2, formando um ângulo retilíneo na sua junção
O encerro: é uma crista que, bifurcando-se, toca seus 2 pontos em uma outra, fechando o espaço ou, quando toca vários pontos, dando a ideia de um 8 deitado;
O empalme: é a linha que liga 2 outras, em sentido oblíquo;
A Laguna: é uma série de linhas interrompidas no mesmo lugar, deixando um sulco branco
O Arpão ou espinho: é a pequena linha, às vezes pontuda, que incide no corpo de uma cortada
A Derivação ou desvio: são linhas paralelas que, ao chegarem a um certo ponto, se afastam ou se cruzam
Ilhota: a menor linha isolada, menor que ponto
A trifurcação: é a linha que em certa parte se divide em 3, formando ângulos curvilíneos na sua junção;
Fonte: Odontologia Legal & Antropologia Forense - VANRELL, Jorge Paulete
Uma observação importante sobre esses pontos é que o fim e o início da linha, mesmo que não sejam considerados como um, podem ser adotados por alguns institutos. Utilizando a direção que essas linhas tomam para classificá-las.
Fonte: Manual de Dactiloscopia - Instituto de Identificação
Todavia, não é somente a presença desses pontos que determinarão a identificação. É necessário perceber o valor angular dessas bifurcações, e que a longitude dessas interrupções se correspondam. Pode-se mencionar ainda a presença de pontos claros, em cada linha papilar, que são representados por poros, tal estudo é conhecido como poroscopia, uma das divisões da papiloscopia, que ainda pode-se dividir em quiroscopia, podoscopia e datiloscopia, por exemplo. E ai?! Gostou do post de hoje? Comenta aqui embaixo qualquer dúvida, curiosidade e até mesmo pedidos de próximos conteúdos! Dá uma olhadinha no nosso Instagram: @laolufma Texto de Datiloscopia por Raysa Pinheiro Edição e Revisão por Kananda Fernandes Colaboração por Bruno Martins ReferênciasFRANÇA, G. V. Medicina Legal 8ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. MINISTÉRIO DA DEFESA - Escola de Instrução Especializada, Manual de Datiloscopia, 2009 - Disponivel em: http://www.esie.eb.mil.br/images/material-didatico/Datiloscopia.pdf. Acesso em: 28 jan 2021 SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E PENITENCIÁRIA - Instituto de Identificação do Paraná. MANUAL DE PAPILOSCOPIA Classificação Datiloscópica – Pontos Característicos - Quiroscopia, 2014 Disponível em: http://www.institutodeidentificacao.pr.gov.br/arquivos/File/2014_usar_essa_para_organizar_o_servidor/area_restrita_outros/ManualdePapiloscopia2013.pdf Acesso em: 28 jan 2021 Vanrell, J.P. Identidade e Identificação. In: Vanrell, J.O. Odontologia Legal e Antropologia Forense. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002 |
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