Rugoscopia Palatina
O conjunto de cristas lineares presentes no palato são chamadas de Rugosidades Palatinas, as quais aparecem no 3° mês do período embrionário e, assim, permanecem invariáveis ao longo da vida do indivíduo (persistindo até mesmo vários dias após a morte).
Inicialmente o método de estudo das pregas do palato fora proposto pelo pesquisador Trobo Hermosa (1932), o que impulsionou, anos mais tarde, grandes estudos sistemáticos desse método.
Hoje falaremos das duas Classificações mais utilizadas:
1- Carrea (1937)
2- Martins-dos-Santos(1946)
Carrea (1937)
- Tipo I - As Rugas se direcionam medialmente, dos lados para o centro, e discretamente de trás para frente (Convergindo na rafe Palatina);
- Tipo II - As Rugas se direcionam perpendicularmente à linha mediana;
- Tipo III - As Rugas se direcionam medialmente, dos lados para o centro, e discretamente da frente para trás (Convergindo na rafe palatina);
- Tipo IV - As Rugas se direcionam em sentidos variados.
Martins-dos-Santos (1946)
Por sua vez, Martins dos Santos, classificou as rugas palatinas de acordo com a localização em que essas se encontravam.
- Inicial: Corresponde À ruga palatina mais anterior, à direita, sendo sempre representada por Letra Maiúscula;
- Complementar: Corresponde às demais rugas, à direita, onde cada papila é assinalada por um número;
- Subinicial: Corresponde à ruga mais anterior, à esquerda, sendo também representada por Letra Maiúscula;
- Subcomplementar: Corresponde às demais rugas, à esquerda, onde cada papila é assinalada também por um número;
Sendo assim, as cristas se dividem em 10 formas, sendo classificadas de acordo com: as letras iniciais das figuras formadas no palato (P, R, C, A, Cf, S, B, T, Q, An) - quando se encontram na posição inicial; e por números (de 0 a 9) - quando se encontram nas demais posições.
Logo,
por preencher os fundamentos de identificação como unicidade, imutabilidade,
perenidade, classificabilidade e praticabilidade, a a rugoscopia palatina é
considerada um método eficiente de identificação.
E ai, gostou do conteúdo?! Calma que tem mais, nossas ligantes apresentaram um artigo de 2017, publicado na Revista Brasileira de Odontologia Legal - RBOL, que trata sobre a Rugoscopia Palatina. Veja a seguir:
Artigo: utilização da rugoscopia palatina para identificação de corpo carbonizado - relato de caso pericial
O artigo trata sobre um corpo carbonizado que fora encaminhado ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, Salvador (BA), para que os peritos realizassem a identificação da vítima. Na condição em que o corpo se encontrava o exame necropapiloscópico era inviável de ser realizado. Após três dias, o IMLNR recebe a visita de uma mãe reclamando do desaparecimento de sua filha, que logo é submetida a uma entrevista para coletar os dados da vítima em questão.
Após a coleta de dados, os familiares da vítima encaminharam ao instituto um prontuário ortodôntico da vítima desaparecida. Dessa forma, com os peritos iniciaram os confrontos antemortem (Am) da vítima em questão com os postmortem (Pm) do corpo carbonizado presente no IMLNR.
A partir disso foram encontradas similaridades não só no formato dos dentes, presença de restaurações em certos dentes, tratamento endodôntico no dente 36, como principalmente houve similaridade nas rugas do palato, o que foi crucial para determinar a identidade do cadáver carbonizado. Portanto, a conclusão dos exames Am e Pm foi de que o corpo carbonizado correspondia à vítima desaparecida.
ARGOLLO, Selma da Paixão et al. Utilização da rugoscopia palatina para identificação de corpo carbonizado - relato de caso pericial. Rev Bras Odontol Leg RBOL. 4(1):107-113, 2017.
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